Quem é Deus?

16-10-2010 11:29

 

“Deus é amor” (1Jo 4, 8)

Iniciar um relacionamento significa começar um processo de conhecimento do outro. Entre o homem e Deus isso também acontece. Relacionar-se com Ele significa buscar conhecê-lo cada vez mais. Nessa busca, muitos tentam definir a Deus. O Catecismo da Igreja Católica faz isso, logo no primeiro parágrafo: “Deus, infinitamente Perfeito, Bem-aventurado em sim mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que desde sempre e em todo o lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas suas forças”.

No parágrafo 36: “A Santa Igreja, nossa mãe, sustenta e ensina que Deus, princípio e o fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana a partir das coisas criadas. Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade por ser criado à imagem de Deus”.

E ainda no parágrafo 27: “O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem para si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar”.

Na sequência deste texto, segue parte da Constituição Pastoral Gaudium et Spes (GS 19, 1): “O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu criador”.

Estes três parágrafos não são os únicos. Porém, mostram com clareza o que a Igreja Católica pensa e prega a respeito de Deus. Nestes textos encontra-se a imagem de Deus Criador, início de tudo, que por um infinito amor criou o homem. Além disso, pode-se perceber a presença de Deus na vida do homem e o desejo de que este homem, por sua livre iniciativa, procure Deus, e o ame com todas as suas forças. Sabendo que esta tarefa não é simples. Ele está sempre presente e disposto a ajudar.

A palavra “homem”, repetida inúmeras vezes nas passagens anteriores, pode tornar o texto impessoal e distante. Para tornar estes textos mais presentes na nossa vida, pode-se trocar a palavra “homem” pelo nosso próprio nome. Com isso, fica mais fácil perceber o chamado e o cuidado particular de Deus com cada um de nós.

Na Bíblia, podem ser encontradas mais características de Deus, como, por exemplo, na 1ª Carta de São João, onde ele revela que “Deus é amor”. Essa é a essência de Deus. O discípulo que ‘Jesus amava’ nos revela a mais profunda verdade sobre Deus: Ele é amor. Isso é determinante para conhecê-lo. Precisamos estar profundamente convencidos dessa essência, pois isso determina a maneira como nos relacionamos com Ele. Se Deus é amor, Ele ama. Não pode deixar de amar. E se não pode deixar de amar, tudo o que faz, o faz por amor. Todo medo de Deus sucumbe quando nos convencemos de que Deus é amor. Se Deus é amor, não há nele maldade, ressentimento, vingança ou autoritarismo. Todas essas características viciadas que muitas vezes trazemos inconscientemente de Deus caem por terra quando tomamos consciência de que Deus é amor. Se isso é verdade, ele não é indiferente à dor humana. Se Deus é amor, então ele não pode ser um Deus distante, ausente ou carrasco. Ele é Amor!